Escrito por: ASCOM / CUT-PB
O SINTEP-PB e a CUT-PB iniciaram uma campanha com o objetivo de denunciar e mostrar à sociedade, as condições precárias em que se encontram as escolas públicas da rede estadual na volta às aulas presenciais
O Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação do Estado da Paraíba (SINTEP-PB) e a CUT-PB iniciaram uma campanha com o objetivo de denunciar e mostrar à sociedade as condições precárias em que se encontram as escolas públicas da rede estadual para receber os alunos e professores na volta às aulas.
Uma das primeiras ações foi cobrar do Secretário de Educação do Estado da Paraíba, Cláudio Furtado, solução para os vários problemas encontrados nas escolas, que foram ampliados nesses dois anos de aulas remotas, como:
. inconsistências no sistema para validação das matrículas online, que prejudica a organização de turmas e definição da carga horária dos/das professores/as;
. ausência de, pelo menos 80 gestores nas escolas;
. carência de materiais de expediente, logística e limpeza, o que impossibilita o cumprimento dos protocolos sanitários de forma eficiente;
. não distribuição dos computadores para professores, que estarão também atuando de forma híbrida, neste processo de retorno escalonado.
O presidente da CUT-PB, Tião Santos, destaca a dificuldade do governo de João Azevêdo (PSB) em se reunir com sindicalistas para debater os problemas e encontrar soluções, apesar dos vários pedidos de diálogo que vêm sendo feitos desde o ano passado.
“Desde agosto do ano passado, quando a segunda onda da pandemia estava à toda, protocolamos vários ofícios direcionados ao gabinete do governador para que pudéssemos discutir isso, tivéssemos um diálogo sobre a questão da segurança sanitária para professores/as, bancários/as, profissionais de saúde, enquanto o governo lançava decreto após decreto, sem conversar com as representações da categoria”, critica Tião.
Para Leônia Gomes, Diretora do SINTEP e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), retornar as aulas, sem condições de trabalho para os profissionais em educação e sem garantia de um processo ensino-aprendizagem aos alunos/as de forma saudável, representa apenas um paliativo, que não vai alcançar o objetivo almejado.
“É um ‘enxugar gelo’, pois, o governo através da sua Secretaria de Estado da Educação, não teve a competência de agir de modo que garantisse o início das aulas presenciais de forma plena, com as condições propícias ao processo pedagógico, o mínimo possível, a exemplo de recursos humanos como os diretores(gestores) e até mesmo a limpeza dos prédios das escolas”, alerta a dirigente.
O SINTEP-PB continua vigilante, recomendando aos profissionais em educação que avaliem esta volta às aulas e façam relatórios das condições reais das escolas e enviem para as Gerências Regionais de Ensino, Secretaria de Educação e para o Sindicato, “pois cobraremos ações no sentido do cumprimento dos protocolos de biossegurança e de adequações melhores na estrutura e condições de trabalho”, orientou Leônia Gomes
A preocupação da CUT e do Sintep com o retorno das aulas também está relacionada com a quarta onda da pandemia do coronavírus e a falta de segurança para toda a comunidade escolar.
“Estamos preparados para retornar ainda em meio a esta pandemia, com a variante ômicron demonstrando todo o seu poder de disseminação do vírus, agravada pela contaminação também pelo vírus da gripe Influenza, lotando unidades de saúde e colocando em alto risco de contaminação trabalhadores/as, familiares e alunos/as? questionam Leônia e Tião.
A preocupação é nacional. Nesta terça-feira (22), a direção do CNTE lançou um "Manifesto em Defesa dos Direitos à Saúde e à Educação Públicas". Leia aqui.