Servidores de Joca Claudino vivem caos administrativo sem pagamento de salários
Os servidores do município de Joca Claudino, no Sertão Paraibano, sofrem com o constante atraso nos pagamentos de seus salários, conforme denunciou a presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, Maria dos
Publicado: 12 Dezembro, 2019 - 21h23
Escrito por: Elara Leite
Os servidores do município de Joca Claudino, no Sertão Paraibano, sofrem com o constante atraso nos pagamentos de seus salários, conforme denunciou a presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, Maria dos Remédios Martins.
Conforme Maria dos Remédios, os servidores vivem a realidade de atraso nos pagamentos desde o início da gestão da prefeita Jordana Lopes. Ela afirma que os servidores se encontram desde outubro sem receber salários e que a categoria dos professores não teve ainda o reajuste previsto em seu PCCR. “Se tivemos cinco meses de pagamento em dia nessa gestão foi muito. O drama vivido pela população de Joca Claudino, de modo especial os servidores, é grande”, lamentou.
Diversos protestos e movimentos já foram realizados pelos servidores no intuito de pressionar para mudar essa situação, como acampamento na BR, audiências com a Promotoria de Justiça, denúncias junto ao Ministério Público de Uiraúna, a Procuradoria de Justiça em João Pessoa e ao Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB) para apuração da responsabilidade civil e criminal por parte da gestora municipal.
Como consequência, houve dois bloqueios nas contas da prefeitura para garantir o pagamento dos servidores, mas foram derrubados por meio de recursos judiciais. Duas greves foram realizadas, mas houve embargos da Justiça e os servidores tiveram que voltar ao trabalho sem receber os salários.
“Estamos apelando para a imprensa e para pessoas de bom senso para que divulguem essa situação e que haja uma conscientização da Justiça para fazer valer nossos direitos que é o mínimo que estamos pedindo”, pontuou Maria dos Remédios.
A servidora pública Maria José Gomes, professora da rede municipal de Joca Claudino, alega não saber mais o que fazer e que se sente constrangida diante da situação de atraso nos pagamentos. “Tem hora que eu vejo a minha filha me pedir as coisas e eu não ter sabendo que eu tenho ganho, é o dinheiro do meu suor e eu não receber é constrangedor, é triste saber. Eu não aguento mais viver na minha casa e todos os meses [podia] comprar minha carne, minha feira, minha água e minha luz, meu bujão e agora estou com tudo isso atrasado, é triste. Eu vivo nervosa”, disse em lágrimas.
Em outubro, a diretoria da CUT-PB e do Sinfumc esteve em Joca Claudino, onde foi realizada uma manifestação com carro de som e provocada uma audiência com a prefeita na presença do advogado do Sindicato dos Servidores de Joca Claudino. Naquele mês, o Ministério Público deu 72h para colocar os pagamentos dos servidores em dia, mas isso não ocorreu. A greve das categorias, que é um direito dos trabalhadores, teve que ser encerrada por decisão judicial e os servidores voltaram ao trabalho sem pagamento, situação que continua até dezembro.