Escrito por: ascom da CUT PB

Produtores de leite ocupam usina desativada no Cariri da Paraíba

Em barra de Santana, localizada a 90 km de Campina Grande, produtores de leite, reunidos no Sindicato dos Trabalhadores Rurais preparam a ação, que ocupou a usina de beneficiamento de leite abandonada

Joel Nascimento, da direção da CUT-PB fala da importância do ocupação da usina pelos produtores de leiteAproximadamente 300 produtores de leite do município de Barra de Santana, região do Cariri Paraibano, ocuparam na manhã da última terça-feira (8), a Usina de Leite da Companhia de Desenvolvimento da Paraíba (Cinep) do Governo do Estado, que está fechada há mais de três anos. Durante a ação, foi distribuído garrafas de leite para centenas de famílias da comunidade.  Os produtores de leite reivindicam o estabelecimento há vários meses e só agora conseguiram realizar a ação com o apoio da CUT-PB.  

De acordo com Paulo Marcelo, presidente da CUT-PB, a usina conhecida por “Leite de Santana” foi construída para beneficiar os agricultores da região e a comunidade, “para a surpresa dos agricultores da região durante a inauguração apareceu uma cooperativa que se apossou do equipamento. Na verdade, ela funcionou por um bom tempo, mas construiu uma relação muito ruim com os produtores de leite, inclusive deixando de pagar alguns fornecedores e vendendo produto com qualidade duvidosa para o estado”, explicou.

Conforme relatou Paulo Marcelo, os produtores estão bastante apreensivos, já que existe uma grande produção de laticínio sem ter mercado suficiente para escoar a produção.

“Com a retomada da usina a realidade dos produtores de leite será outra. Hoje o litro do leite produzido pela cooperativa está cotado no valor de R$ 00, 80 centavos. Esse valor é inferior as condições de produção.  Os produtores que fazem queijo se encontram em dificuldade de escoar os derivados pela falta de investimento e lucro do produto”, afirmou Paulo Medeiros, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barra de Santana.

Outra dificuldade relatada por ele é a falta de certificação. “O pequeno produtor esbarra na falta da certificação dos selos da CEI e do CEF nos produtos da cooperativa, que prejudicam a comercialização dos queijos e outros derivados como:  iorgute e bebida láctea”, ressaltou.

A ideia de ocupar a usina é segundo ele uma forma de ampliar a produção de leite que passará de cinco mil litros de leite ao dia para 10mil litros. E ainda com a retomada da usina ficará mais fácil conseguir a certificação do leite.

Inicialmente, a usina de beneficiamento de leite irá produzir queijo de coalho e manteiga, iorgute e bebida láctea. Mais de 300 produtores de leite serão beneficiados