Presidente da CUT-PB avalia Greve Geral: “não podemos sair das ruas”
O presidente da CUT-PB, Paulo Marcelo, avaliou a Greve Geral ocorrida na sexta-feira (14) como muito positiva, um sinal de que a sociedade está tomando consciência de que precisa ir às ruas
Publicado: 15 Junho, 2019 - 17h31
Escrito por: Elara Leite
O presidente da CUT-PB, Paulo Marcelo, avaliou a Greve Geral ocorrida na sexta-feira (14) como muito positiva, um sinal de que a sociedade está tomando consciência de que precisa ir às ruas lutar por seus direitos. Para ele, os atos de 1º de maio, 15 e 30 do mesmo mês, além da própria greve dia 14 de junho, são um indicativo dessa conscientização.
“Em pouco mais 30 dias nós tivemos quatro grandes protestos a nível nacional. Primeiro ponto positivo é a tomada de consciência da sociedade sobre a importância de lutar pelos seus direitos. Na Paraíba nós estamos com a sensação de que cumprimos esse dever pelo menos até agora”,ressaltou Paulo Marcelo.
Na Paraíba, os protestos da greve geral já começaram nas primeiras horas da manhã, por volta das 4h30, com trabalhadores em diversos pontos estratégicos do Estado, vias de acesso a municípios, entradas de garagens de ônibus, já protestando e levantando as pautas contra a reforma da previdência, contra o desemprego que assola o país e aos cortes da educação, além do grito de ordem pela liberdade de Lula.
De acordo com Paulo, essa movimentação é boa porque, além de pressionar contra a aprovação da Reforma da Previdência que estava sendo apresentada, também provoca a elite social, que se incomoda com o trabalhador organizado. “Seguiremos lutando apesar das críticas, que são muitas vezes da elite política, da elite burguesa que não quer ver trabalhador se organizando, que tem medo, tem pavor de quando o trabalhador decide se organizar”, pontuou.
As movimentações aconteceram em 50 cidades paraibanas. Estudantes de todos os campi do IFPB deflagraram greve. Piquetes e manifestações foram realizados em vários pontos do Estado.
O sindicalista Paulo Marcelo acrescenta que o movimento teve força em todo o país, com grandes empresas cujos trabalhadores cruzaram os braços. Na Paraíba, os trens, os ônibus e os professores de todas as redes, municipal, estadual e até a rede particular também aderiram ao movimento.
Em sua avaliação, a partir dessa semana, cada central deve voltar para as suas bases para avaliar como foi a greve internamente e aparar as arestas para os próximos movimentos. “Os próximos passos são também protestos e pressão, escolher de que forma vamos pressionar, mas o mais importante é não parar. Percebemos que não podemos parar. Por isso estar na rua, na luta e conscientizando a classe trabalhadora é essencial”, observou.
Segundo o presidente da CUT-PB, é preciso conscientizar as pessoas de que o governo não tem apresentado nenhum projeto de desenvolvimento para acabar com o desemprego. “Não podemos conviver com um governo que é um deserto de ideias, um deserto de pensamento, que só sabe falar mal e criminalizar os movimentos sociais e sindicais. O prejuízo da classe trabalhadora tem sido muito grande e nos últimos dois anos e meio tem sido demais. Precisamos mudar isso”, opinou.
Com relação às mudanças já apresentadas ao relatório da Reforma da Previdência, a avaliação de Paulo é de que isso mostra muito mais a importância da pressão. “Quando pressionamos quem vai votar, estamos contribuindo com a mudança. Se a sociedade ficar parada acontece da forma que eles querem. Nós estamos na rua, estamos brigando, estamos lutando, por isso a derrota do governo. Em alguns pontos ainda precisa melhorar mais. Queremos uma reforma que estejamos incluídos, mas que seja para o bem, não para o mal. Vamos manter pressão nos deputados que ainda têm dúvida que a reforma da previdência é um retrocesso para o país”, conclamou.