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Mulheres trabalhadoras enfrentam falta de reconhecimento e desvalorização profissional, preconceito e discriminação

Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-PB fala sobre a Mulher e o Mundo do Trabalho, neste 8 de Março

Publicado: 08 Março, 2013 - 12h09

Escrito por: CUT Paraíba

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“Não só na Paraíba, mas no Brasil e, porque não dizer, no mundo, é negado à mulher o direito à igualdade de oportunidades”. A afirmação é da secretária da Mulher Trabalhadora da Central Única dos Trabalhadores na Paraíba, Luzenira Linhares. Segundo a sindicalista, o Estado da Paraíba desenvolve muito pouco em termos de política pública específica para as mulheres. “Ainda tem o agravante de não ter no seu organograma uma secretaria específica para cuidar das políticas públicas específicas das mulheres”, destacou ela.

 

Para Luzenira, a situação da mulher que trabalha na Paraíba não é diferente em relação aos demais Estados do Brasil. Segundo ela, as condições são exatamente as mesmas, em todos os espaços de decisão e poder onde as mulheres atuam.

 

Segundo Luzenira, entre as principais dificuldades enfrentadas hoje pela mulher trabalhadora está, justamente, a falta de ocupação nos espaços públicos, nos espaços sociais. “Eu penso que pesa muito conciliar os afazeres domésticos, que são os cuidados com os filhos e com a casa. O acúmulo de tarefas e responsabilidades é muito pesado. Além disso, o preconceito e a discriminação também são grandes dificuldades”, disse a sindicalista.

 

Ela explicou que, no mundo do trabalho, as mulheres convivem com a falta de reconhecimento e desvalorização profissional e que elas enfrentam ainda a discriminação, com o preconceitos e outras dificuldades características de uma modelo de sociedade patriarcal.

 

A sindicalista destacou também que a CUT trabalha com uma série de bandeiras de lutas para o combate aos impasses e dificuldades que as mulheres trabalhadoras enfrentam nos dias de hoje. Uma destas bandeiras é o desenvolvimento sustentável, que significa crescimento econômico com distribuição. “Entendemos que isso só é possível com reforma agrária e salário igual para trabalho igual”, disse Luzenira.

 

Entre as bandeiras de lutas da CUT estão também a garantia de direitos aos trabalhadores e trabalhadoras domésticas. A entidade também defende o compartilhamento das tarefas domésticas e de cuidado com os filhos e família.

 

Um dos pontos cruciais para as mulheres trabalhadoras é a existência de creches. “É um direito da criança e da família e uma responsabilidade do Estado”, destacou Luzenira. Outra causa que a CUT defende é o fim da violência contra as mulheres e a promoção da participação política e poder partidário.

 

No Estado, a Central Única dos Trabalhadores celebrou o Dia Internacional da Mulher (8 de Março) com a palestra da publicitária paulista Raquel Moreno. O evento fez parte do Seminário “Democratização das Comunicações”, que aconteceu no último dia 04 (segunda-feira), na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Telefonia da Paraíba (Sinttel), no Centro de João Pessoa. Na ocasião, Raquel Moreno também fez o lançamento do seu livro “A imagem da mulher na mídia – Controle social comparado”.

 

Luzenira Linhares destacou que a mulher é tratada pela mídia, tanto nacional quanto local, com muita desigualdade, discriminação e preconceito e que o combate à mercantilização do corpo da mulher é um dos temas que a CUT pauta para os debates do Dia Internacional deste ano. A sindicalista destacou ainda que a CUT Paraíba irá participar de uma série de eventos e comemorações que seus sindicatos filiados estão realizando ao longo de todo o mês, em celebração ao 8 de Março.