Motoristas enfrentam acúmulo de perdas salariais em meio ao aumento de passagens
A defasagem salarial vem sendo motivo de insatisfação e mobilizações por parte da categoria
Publicado: 29 Janeiro, 2025 - 16h23 | Última modificação: 29 Janeiro, 2025 - 16h31
Escrito por: SECOM/CUTPB | Editado por: SECOM/CUTPB
De acordo com um levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), os motoristas de transporte coletivo na Paraíba estão enfrentando uma significativa defasagem salarial em comparação com os reajustes das passagens e a inflação acumulada nos últimos anos.
Entre 2019 e 2024, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulou um aumento de 39,69%. No entanto, os reajustes das tarifas de transporte em João Pessoa somaram 31,65% no mesmo período, enquanto os pisos salariais dos motoristas tiveram um aumento de apenas 18,09%.
Comparação entre Reajustes:
2019: Reajuste de 4% no piso salarial com a passagem custando R$ 3,95.
2020: Sem aumento salarial, enquanto o INPC registrou 5,45%.
2021: Ainda sem reajuste salarial, com inflação de 10,16%.
2022: Reajuste salarial de 6,02%, enquanto a inflação foi de 5,93%.
2023: Reajuste salarial de 6,82%, com aumento de 3% nas tarifas.
2024: Reajuste de 4,26%, enquanto o INPC foi de 4,77%.
Defasagem Atual
A situação se torna mais crítica quando analisada a partir dos dois últimos anos (2023 e 2024), com a inflação acumulada em 8,65%, enquanto os reajustes salariais somaram apenas 4%. O aumento recente de 6,12% nas passagens, registrado em janeiro de 2025, também contribui para agravar o cenário de perda de poder aquisitivo dos motoristas.
Impacto no Setor
A defasagem salarial vem sendo motivo de insatisfação e mobilizações por parte da categoria, que enfrenta dificuldades para manter suas condições de vida diante da escalada de preços e a insuficiência nos reajustes dos vencimentos. O Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário da Paraíba segue reivindicando aumentos justos e condições dignas de trabalho para a categoria.
Com a defasagem salarial acumulada em relação à inflação e ao aumento das passagens, os trabalhadores destacam a urgência de negociações mais equilibradas para evitar uma crise ainda maior no setor.