Escrito por: SECOM/CUTPB
Para marcar o Abril Verde, mês de conscientização sobre os riscos dos acidentes de trabalho e das doenças ocupacionais, a Secretaria de Saúde do Trabalhador da CUT-PB mobilizou os representantes sindicais e trabalhadores para participar da plenária promovida pelo Fórum Estadual de Saúde do Trabalhador, do qual a CUT tem assento, que discutiu e apresentou, na última terça-feira (18), os dados e os motivos do adoecimento e morte dos trabalhadores paraibanos.
O encontro foi realizado na sede do SINTTEL – Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações da Paraíba e reuniu para discussão sobre o tema especialistas e pesquisadores de diversas instituições como UFPB, UEPB, CUT-PB, CEREST, INSS, Superintendência Regional do Trabalho, além das entidades sindicais.
O tema tem sido motivo de preocupação recorrente entre as entidades e instituições que fiscalizam e defendem os direitos da classe trabalhadora, principalmente, no pós pandemia, em que o número de doenças que atingem a saúde mental tem sido crescente e que vem afetando de forma preponderante o cotidiano dos trabalhadores nas empresas.
Na mesa de abertura da plenária, usaram da palavra para destacar a importância do evento o Superintendente Reginal do Trabalho/PB, Paulo Marcelo; o presidente da CUT, Tião Santos; o vereador de João Pessoa, Marcos Henriques e a presidenta do SINTTEL, Marta Sena.
A exposição do tema contou com a médica Cláudia Wanderley da Nóbrega Cabral de Vasconcelos, Chefe da Divisão Regional de Perícia Médica Federal do INSS-PB; Celeida Barros, Diretora do Centro de Referência Estadual de Saúde do Trabalhador-CEREST /PB; Carlos Emanuel Leitão, Chefe do Setor de Saúde e Segurança do Trabalho da Superintendência Regional do Trabalho, além do Presidente da CUT-PB, Sebastião Santos, que mediou a mesa. A professora do Departamento de Psicologia da UFPB,Thaís Augusta Máximo, coordenou o evento.
Através dos dados apresentados, embora subnotificados, conforme informaram os representantes do Ministério do Trabalho e Emprego e do CEREST, os principais casos de doenças e mortes registrados na Paraíba correlacionadas às atividades laborais estão na categoria de trabalhadores da Construção Civil, por acidentes de trabalho; os acidentes com materiais biológicos, que atingem os profissionais de saúde e os males que afetam a saúde mental, provocando a violência autoprovocada(suicídio), nessa situação, a categoria profissional com mais incidência citada foi a dos agentes penitenciários.
Os dados mostraram também que existe um número elevado de adoecimento na Paraíba tanto no trabalho formal quanto no informal, mas a incidência ainda pode ser mais alta, porém não se pode calcular exatamente em decorrência da falta de notificações. Como sugestão apresentada na plenária para resolver o problema da subnotificação foi que os sindicatos intensifiquem as orientações para que os trabalhadores passem a perceber e identificar uma doença laboral e apresentem suas demandas às instituições responsáveis.
Outros encaminhamentos foram apresentados pela plenária para combater as doenças e mortes causadas no ambiente de trabalho como investir na atenção básica; direcionamento do trabalho em rede; requalificação do arcabouço legal e jurídico da Saúde do trabalhador; ocupar os espaços de controle social; redirecionar as verbas públicas;capacitar as equipes de saúde da família e humanizar a rede de saúde do trabalhador.