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FORA BOLSONARO reúne CUT e entidades no Ponto de Cem Réis

Ato marca o retorno de protestos presenciais da central na Paraíba

Publicado: 10 Julho, 2020 - 23h47

Escrito por: Elara Leite

Marcell Mendonça
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A sexta-feira (10) foi marcada, em João Pessoa, por um ato público que reuniu a CUT-PB e entidades pelo Fora Bolsonaro. A ação, que marca o retorno de protestos presenciais da central na Paraíba, faz parte de uma agenda nacional que inclui diversas atividades.

De acordo com o presidente da CUT-PB, Tião Santos, o ato contribui para mostrar o clamor social contra o presidente Jair Bolsonaro e sua agenda de desmonte do país e genocídio do povo brasileiro. “Esse governo já era para ter saído do comando desse país. Bolsonaro não consegue dar a resposta que o país precisa. Não consegue traçar uma política para garantir o emprego para a classe trabalhadora. Conclamamos toda a sociedade e os trabalhadores e sindicatos a aderirem à campanha do Fora Bolsonaro. Não vamos parar, vamos resistir enquanto esse governo estiver no poder, enquanto houver esses desmandos, vamos continuar pedindo o Fora Bolsonaro”, conclamou o presidente da central.

As atividades começaram já na madrugada, com a colocação de faixas nos principais pontos da cidade com palavras de ordem como o Fora Bolsonaro e denúncias dos escândalos de corrupção e ingerência do presidente na crise do coronavírus. As faixas foram produzidas e afixadas pelo Levante da Juventude e Marcha Mundial de Mulheres.

Nas primeiras horas do dia representantes da CUT-PB e sindicatos filiados, além da Frente Brasil Popular e Sindicato dos Correios já estavam presentes no Ponto de Cem Réis com carro de som e faixas para denunciar os desmandos do governo Bolsonaro. “Precisamos reagir. Nesse país não tem nenhuma categoria que não venha sendo massacrada, levando chibatada do governo Bolsonaro, que não tem compromisso com a classe trabalhadora nem com política social. Os comerciantes que estão nos ouvindo aqui estão na mesma situação que os trabalhadores de suas lojas. Estão prestes a fechar suas portas e o governo nem sequer se pronuncia por um financiamento para manter essas empresas abertas, para manter o pequeno comércio aberto. Se tem comércio fechado é povo desempregado”, pontuou Tião.

O ato durou toda a manhã e obedeceu às medidas de distanciamento social necessárias para que todos estivessem seguros durante a atividade. Os participantes mantiveram distância de segurança uns dos outros, usaram máscara durante toda a ação e álcool gel para higiene constante das mãos.

Tião Santos, presidente da CUT-PB, lembrou que Bolsonaro acabou com o Ministério do Trabalho e está buscando desmantelar todos os órgãos que dialogam com a sociedade, como o Ministério da Saúde.

“Nós estamos em situação precária. O governo Bolsonaro não tem compromisso nem competência. É uma farsa Bolsonaro dizer que é patriota. Patriota não vende o que é da gente. Patriotas somos nós que estamos defendendo a democracia. Estamos defendendo os cofres públicos, estamos defendendo a Petrobrás e estatais que estão a serviço da população”, ressaltou.

Entre as categorias presentes na manifestação estavam funcionários dos correios, bancários e comerciários. As entidades presentes denunciaram que trabalhadores dos Correios estão sendo ameaçados de perder seus empregos, seu plano de saúde e seu direito à dignidade. Bancários vêm sofrendo demissões em massa e perda de funções em todo o país, mesmo sendo uma das categorias mais expostas à pandemia.

Outra liderança que usou a palavra foi o dirigente licenciado da CUT-PB e vereador Marcos Henriques. Ele comentou que desde 2015 o Brasil vem enfrentando o aprofundamento de um golpe que tem repercussão e que até hoje o país paga um preço muito alto pela insegurança jurídica e pelo retrocesso. “O Brasil tem um presidente eleito por meio de muita mentira e isso está fazendo com que nosso país sirva de chacota no mundo inteiro. E aqui no nosso país o retrocesso é muito grande, a começar pelo meio ambiente. A Amazônia está sendo vendida e queimada e a soberania do nosso país está ameaçada. Tivemos a Petrobrás vendida e isenta de tributos. Tudo isso tem desdobramento em todos os segmentos.

Integrante da Frente Brasil Popular, o militante Marcos Freitas usou o microfone para falar sobre a atitude de Bolsonaro em negar a pandemia e sua gravidade. “Essa pandemia se espalha rápido e se muita gente adoecer ao mesmo tempo haverá um colapso no sistema de saúde e muita gente vai morrer por falta de acesso ao tratamento. Tem pessoas que não ficam graves, mas se ficarem e precisarem de tratamento, podem morrer. E a única solução para isso é o distanciamento social. É a recomendação da OMS. E Bolsonaro faz exatamente o contrário, promovendo aglomerações em frente ao Palácio, falando sem máscara perto do povo”, lamentou.

Trabalhadores do comércio também estão sofrendo com a pandemia, muitos dos quais ficaram desempregados no período ou tiveram seus salários reduzidos e carga horária aumentada. O presidente do sindicato dos comerciários, Rogério Braz, também se uniu às vozes da manifestação, denunciando que “o governo Bolsonaro quer tirar todos os direitos da classe trabalhadora em plena pandemia através do Congresso Nacional”.

“Estamos aqui dizendo Fora Bolsonaro porque não representa o povo brasileiro, representa o capital internacional. O auxílio emergencial não está chegando para o trabalhador que está desempregado, nem para o ambulante, nem para o autônomo, não chega para quem precisa. Por isso dizemos Fora Bolsonaro, porque ele não cuida da saúde e na pandemia estamos sem Ministro da Saúde. O que está salvando é a solidariedade. Quem tem um pouco ajuda quem não tem. E o pobre é mais solidário que o rico. Esse ano precisamos votar em que defende os interesses da classe trabalhadora”, finalizou.