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CUT-PB BUSCA ORGANIZAÇÃO DA CATEGORIA DOS ENTREGADORES POR APLICATIVO

A proposta da CUT-PB é organizar esses trabalhadores em categoria, com vistas a fortalecer a luta por conquista de direitos, melhores condições de trabalho e vida digna para os profissionais e suas famílias.

Publicado: 23 Novembro, 2021 - 19h53 | Última modificação: 23 Novembro, 2021 - 20h05

Escrito por: ASCOM CUT-PB | Editado por: ASCOM CUT-PB

ASCOM CUT-PB
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A CUT-PB reuniu-se com Johnson Praxedes e Duarte Júnior, representantes dos entregadores por APP

Os números de pessoas sem trabalho formal só crescem no Brasil, um quadro preocupante, que agrava ainda mais quando se vê que os trabalhadores são obrigados, por uma questão de sobrevivência, a se submeter ao mercado informal, sem direitos trabalhistas ou qualquer outro tipo de garantia.

Numa situação não menos pior, estão os trabalhadores autônomos, que por falta de opção aderiram ao nicho dos aplicativos. São entregadores, motoristas, motoboys e outros, que trabalham sob o comando de um algoritmo, obscuro, autoritário e implacável contra o profissional, que não tem escolha, direitos ou a quem recorrer em caso de problemas que podem lhe tirar do mercado.

Dentro desse mercado de aplicativos, um dos que mais cresceu nessa pandemia, foram os entregadores de empresas como o Ifood, por exemplo, que passaram a ser a salvação de muita gente para que se mantivesse no isolamento e dos restaurantes e lanchonetes, que conseguiram sobreviver a partir do delivery.

A questão essencial desse mercado que, ao mesmo tempo que foi uma saída durante a pandemia, também virou um mercado de trabalhadores explorados por um aplicativo, com algoritmos que determinam o ritmo de trabalho, valores, quantidades de entrega e áreas de deslocamento. Tudo isso sem ter nenhum vínculo empregatício, sem dar garantias e pagar direitos aos prestadores de serviço.

CUT-PB e a categoria dos entregadores na Paraíba

Na Paraíba, a Central Única dos Trabalhadores reuniu-se com Johnson Praxedes e Duarte Júnior, representantes da categoria dos entregadores que trabalham por aplicativo. “Existe uma parcela dos entregadores que tem noção de que a luta unida da categoria pode trazer avanços, já outros só acreditarão quando essa luta trouxer resultados”, afirma John, como é conhecido.

“Por aqui, as reivindicações são as mesmas que em todo o país, não existe nenhum apoio das empresas, o tratamento com os/as entregadores é péssimo, não existe respeito nenhum, como se não representássemos nada”, lamenta.

“Qualquer problema que a gente tiver, seja com a entrega, seja um acidente, seja a quebra do veículo, nosso único contato com o aplicativo é feito através de um robô”, reclama John, que tem 35 anos e cerca de dez anos de trabalho como entregador.

“Durante a pandemia, até que nos tratavam melhor, chegamos a receber gorjetas, até ser chamados de heróis, mas isso tem mudado, o desemprego está aumentando e esta tem sido uma opção muito procurada pelos que perdem seus empregos, o que só faz com que estas empresas, em vez de garantir direitos, explorem ainda mais a categoria”, protesta.

A proposta da CUT-PB é organizar esses trabalhadores em categoria, com vistas a fortalecer a luta por conquista de direitos, melhores condições de trabalho e vida digna para os profissionais e suas famílias.  “A Central Única dos Trabalhadores está puxando uma discussão com estes profissionais que reclamam da falta de direitos e garantias trabalhistas, melhores condições, pontos de descanso, respeito na relação trabalhista, entre outras pautas, que estamos conversando com eles para tentar organizar a categoria”, ressalta Tião Santos, presidente da CUT-PB.