Escrito por: Ascom CUT-PB
Diretor da CUT participou de reunião que terminou em suspensão da portaria que regulamenta retorno das atividades
A Central Única dos Trabalhadores (CUT-PB) apoia os servidores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) que são contra a retomada precoce e despreparada das atividades presenciais na instituição. A decisão da retomada foi publicada em uma portaria assinada pelo reitor Valdiney Gouveia, na última terça-feira (9). O diretor da CUT-PB e conselheiro representante dos servidores técnico-administrativos no Consuni, Clodoaldo Gomes, esteve presente na reunião que suspendeu a portaria.
A decisão da suspensão aconteceu durante reunião nesta quinta-feira (11). Segundo Clodoaldo, a reunião foi boa e importante para demonstrar a preocupação dos servidores com a retomada. “O Fórum de Diretores de Centro da UFPB emitiu uma nota, solicitando que o reitor suspendesse a validade da portaria e abrisse um processo de diálogo para a construção de um plano de retorno seguro”, afirmou.
Segundo a portaria, os centros deveriam se adaptar para o retorno até 28 de fevereiro, com os servidores voltando presencialmente às atividades em março. Apenas servidores que estão em categorias classificadas como de risco maior para a infecção com a Covid-19 estariam liberados para continuar trabalhando remotamente. A portaria afirma que o plano de retomada foi desenvolvido pela Comissão de Biossegurança da UFPB.
Para Clodoaldo, porém, não há condições de retorno. “Não há garantia administrativa da compra de equipamentos de proteção individual ou reestruturação dos setores que possibilitasse o distanciamento social recomendado. Várias coisas que a universidade deveria ofertar, não teriam como ser disponibilizadas no período de tempo proposto”, disse.
Ainda de acordo com Clodoaldo, mesmo se houvesse essas garantias, o retorno continuaria não sendo seguro. “Estamos vivendo uma segunda onda da doença, batendo diariamente recordes de mortes no país. Na Paraíba, já há uma nova variante, mais contagiosa, em circulação. Mesmo com protocolos, as pessoas continuam pegando a doença”, concluiu.
O Sindicato dos Trabalhadores em Ensino Superior do Estado da Paraíba (Sintespb) emitiu uma nota de repúdio ao retorno ao trabalho na UFPB. Segundo a nota, “é de grande preocupação o estado atual do enfrentamento à emergência de saúde causada pelo Coronavírus na Paraíba” e que “a UFPB é um ambiente onde circulam milhares de pessoas”, que poderia causar “formas de aglomeração que podem custar a vida de trabalhadores, alunos e seus familiares”.
Atualmente, segundo dados de veículos de imprensa da Paraíba, o estado registra uma média de 928 novos casos diários de Covid-19. 13 paraibanos, em média, perdem suas vidas por causa da Covid-19. Os números atuais são tão altos quanto os registrados entre junho e agosto, momento mais crítico da pandemia na Paraíba.