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2ª assembleia do Sintespb delibera intensificar luta contra a intervenção na UFPB

Os técnicos-administrativos participaram da assembleia na tarde da quinta-feira (12)

Publicado: 13 Novembro, 2020 - 18h37

Escrito por: Ascom Sintesp

Lara Brito/G1
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A reunião aconteceu sob o impacto do golpe na autonomia universitária desferido pelo Governo Federal

A categoria técnico-administrativa participou na tarde desta quinta-feira, da 2ª assembleia geral virtual, convocada pelo Sintespb. A reunião se deu ainda sob o impacto do golpe na autonomia universitária desferido pelo Governo Bolsonaro ao nomear Valdiney Gouveia, terceiro colocado da lista tríplice na escolha do cargo de Reitor da UFPB, que culminou com a posse, praticamente às escondidas, na noite do último dia 11, no Hospital Universitário Lauro Wanderley. 

A diretoria do Sintespb apresentou para os servidores técnico-administrativos filiados à entidade como principal ponto de pauta a intervenção na Reitoria e a retirada de encaminhamentos para combater esse ato considerado autoritário por todos os presentes à assembleia, que foi iniciada com os informes de direção.

A participação do estudante Leonardo, um dos líderes da ocupação da Reitoria em protesto à intervenção na UFPB, abriu o debate. Ele solicitou das entidades sindicais, que representam os professores e técnico-administrativos da UFPB, apoio e empenho junto à Fasubra e  ANDES em nível nacional para que intercedam com vistas a evitar a judicialização dos integrantes do movimento e ressaltou a importância da unidade para o fortalecimento da ocupação. 

O coordenador da Fasubra e diretor do Sintespb, Marcelino Rodrigues, informou sobre as moções que estão acontecendo por intermédio das entidades nacionais para garantir que a vontade da comunidade universitária seja respeitada e que intervenções como essa ocorrida na UFPB e em mais três universidades federais no país não prevaleçam e quebrem a autonomia universitária.  

A presidente Geralda Vitor não pode participar da assembleia devido ao cansaço em virtude dos dias que passou na ocupação ao lado dos estudantes. A vice-presidente do Sintespb, Mirella Rocha, que presidiu a assembleia, destacou em sua fala que a questão em jogo não é ideológica. “Mas sim porque o voto da comunidade universitária não foi respeitado. Valdiney não foi eleito, se ele tivesse obtido votos suficientes para ficar no primeiro lugar, não importava se ele fosse de direita ou esquerda, se a comunidade universitária tivesse lhe escolhido, claro que iríamos lhe reconhecer como reitor”, explicou. 

O secretário geral do Sintespb, Clodoaldo Gomes, em sua fala também demonstrou sua indignação contra a nomeação do terceiro colocado na lista tríplice e diz não ter dúvida que essa postura é ilegal, desrespeita a Constituição Federal que prevê a autonomia universitária. “Sem autonomia universitária não há desenvolvimento da ciência, a questão não é jurídica é política, o que representa a nomeação de uma pessoa que não foi eleita, é evidente que não terá nenhum compromisso com a comunidade universitária, apenas será um pau mandado do Governo e nós técnico-administrativos seremos o elo mais frágil, estaremos no meio, portanto teremos que reagir e fortalecer a campanha ‘Fora Valdiney! Reitora eleita, reitora empossada”, destacou.

No final da assembleia, que contou ainda com a presença de representante do Comitê de Mobilização pela autonomia da UFPB, foram deliberados vários encaminhamentos de luta entre eles: intensificar a mobilização da categoria nos atos presenciais; fortalecer o movimento de ocupação e a unidade dos três segmentos; construir uma agenda conjunta para ocupar os espaços institucionais; realizar um ato público presencial com indicativo para o dia 18; que as pessoas que estejam trabalhando presencialmente usem uma tarja preta simbolizando o luto contra a intervenção; realizar outra assembleia geral semana que vem para avaliar os próximos passos da luta.